terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A inflação que financiamos

Vivemos tempos de grande confusão ao tentar entender como funciona o motor da economia brasileira.

Temos os juros reais mais altos do mundo, uma moeda forte e valorizada em relação ao dólar. Cenário que qualquer um apontaria como privilegiado, garantidor de concorrência com o mercado internacional e com capacidade de manter longe o fantasma da inflação.

No entanto, não é isso o que estamos percebendo nos bolsos. Relatório Focus, do Banco Central, divulgado em 7 de fevereiro, mostra que o mercado elevou a estimativa de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2011 para 5,66%, ante 5,64% na semana anterior. Já a Taxa Selic? Ah! Esta aí deve atingir os 12,50%, até dezembro.

Ou seja, nem mesmo o absurdo aumento da taxa de juros, que costuma resfriar nossa economia, somada à redução de crédito acima de 24 parcelas com ameaças diretas à geração de empregos, conseguirá derrubar a inflação que chega subtraindo renda e ganhos salariais que os trabalhadores conseguiram negociar no ano passado.

Segundo o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira, 97% das 290 negociações concluídas nos primeiros seis meses de 2010 resultaram em ganhos salariais iguais ou acima da inflação.

Se analisadas apenas as negociações que resultaram em ganhos salariais reais (descontada a inflação), o resultado atingido no primeiro semestre de 2010 foi melhor dos últimos dois anos. No ano passado, 87,9% (255 negociações) das campanhas resultaram em aumentos acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor(INPC), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Então, qual a origem dessa inflação corrosiva? Economistas afirmam que a atual inflação brasileira surge com o aumento dos alimentos. Estes, por sua vez, subiram muito nos últimos tempos devido à alta internacional dos preços agrícolas, com ênfase nas carnes, cereais, grãos e açúcar.

O mais curioso é que são esses mesmos produtos que fazem com que o Brasil tenha destaque no ranking do comércio internacional.

Entre 2000 a 2010, as exportações totais brasileiras pularam de uma média de 57,9 bilhões de dólares no início do período para 200 bilhões no final. No mesmo tempo houve um forte aumento de participação dos produtos primários – de 44% da pauta de exportações (2000/2002) para cerca de 60% em 2010, considerados neste cálculo produtos básicos e semi-manufaturados.

Daí nos perguntamos: se estamos entre os grande exportadores desses produtos porque temos preços tão altos nas prateleiras dos supermercados? A resposta é muito simples: Os preços são puxados para cima pelos importadores destes produtos agrícolas.

Os produtores agrícolas brasileiros -- subsidiados até à alma pelo Banco do Brasil, ou seja com dinheiro público - têm plena liberdade de estabelecer os preços de seus produtos. E o fazem, claro, a partir dos preços que conseguem na hora da exportação.

E o pior, por não haver uma política séria por parte do governo, os grandes empresários do mundo agrícola mantêm aqui, no mercado interno, o mesmo preço praticado nas exportações.

Resultado: nós pagamos o pato duas vezes. O Brasil investe em subsídios agrícolas para se manter competitivo no mercado internacional. Mas os produtores agrícolas, em atuação típica dos escorpiões, decidem cobrar dos consumidores brasileiros os mesmos preços que conseguem lá fora. E o governo? Ah! O governo não intervém nos preços internos e apenas contabilizam no PIB o que se fatura nas exportações.

Ou seja, os grandes produtores rurais e frigoríficos ficam com os lucros imensos e nós, cidadãos e trabalhadores, amargamos a conta da inflação.

Também sobra para os trabalhadores a conta da inflação, que significa transferência de renda para os grupos que se protegem.Os grandes produtores agrícolas se protegem e ampliam seus ganhos estabelecendo preços com parâmetros internacionais, impunemente. E a temida inflação? Esta vai devagar crescendo como fermento de pão.

A prática de segurar os juros e, manter o câmbio em equilíbrio, não são suficientes para espantar o mal inflacionário. Se de fato, é uma preocupação manter o fantasma da inflação longe do sonho de real desenvolvimento brasileiro, é necessário que o governo se posicione diferente. Aplique regras que segurem a alta dos produtos com políticas públicas de interesse do cidadão-consumidor.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Estão previstos 500 mil novos casos de câncer para 2011

No dia 4 de fevereiro, instituído o Dia Mundial de Combate ao Câncer pelo UICC (União Internacional de Combate ao Câncer), o INCA informou em nota que mais de 12,7 milhões de pessoas são diagnosticadas todo ano com câncer e 7,6 milhões de pessoas morrem vítimas da doença. No Brasil, são esperados, somente para 2011, quase 500 mil novos casos. Se não forem tomadas medidas de longo prazo e largo alcance, haverá 26 milhões de casos novos e 17 milhões de mortes por ano no mundo em 2030, sendo que 2/3 das vítimas ocorrerão nos países em desenvolvimento.

Muitos desconhecem que a obtenção de um diagnóstico precoce em casos de pacientes com câncer está diretamente associada às suas reais chances de cura. A detecção da doença em estágio inicial pode ser responsável por 80% a 100% da cura definitiva. Já em situações que chegaram ao grau máximo de evolução, quando o câncer disseminou-se pelo corpo, essa possibilidade é praticamente nula, conforme afirma Fernando Medina, oncologista do Hospital São Luiz, da unidade Anália Franco.

Mulheres que ainda não tiveram filho ou ficaram grávidas depois dos 30 anos apresentaram menarca muito cedo, menopausa tardia ou estão fazendo reposição hormonal são mais propensas a ter câncer de mama. É comprovado que, hoje, cerca de 49 mil mulheres tenham câncer de mama - estimativa alta para a população brasileira.

Segundo o especialista, para todos os tipos de câncer – colo do útero, boca, colorretal, estômago, esôfago, leucemia, pele melanona, próstata, pulmão – há uma forma específica para se detectar precocemente a presença da doença. No de mama, por exemplo, o principal exame preventivo é a mamografia. Recomendada para mulheres acima dos 50 anos, ela pode garantir a redução do índice de mortalidade. Já para aquelas com menos de 40 anos, o ultrassom de mama é o mais apropriado. Ainda que em casos de dúvida, a ressonância magnética das mamas funciona como um exame completo, preciso e menos desconfortável que os tradicionais.

Câncer de mama masculino

Segundo Medina, surgem 500 casos de câncer de mama masculino a cada ano, no Brasil. O diagnóstico, que também é feito por meio do exame de mamografia, é fácil e bastante simples de ser realizado, porém, na maioria dos casos, acontece tardiamente. Isso porque a maioria dos homens não percebe a tempo uma possível alteração em suas mamas, e pensa que a doença se restringe ao universo feminino.

Para tratar do tema, esclarecendo questões que se fazem a respeito desta doença, alertando para possíveis tratamentos e dicas de prevenção, o Hospital São Luiz coloca à disposição o dr. Fernando Medina, oncologista da instituição.

Sobre o Hospital e Maternidade São Luiz

Inaugurado em 1938 como uma policlínica, o São Luiz é hoje uma rede de hospitais com 14 mil médicos credenciados, 4,5 mil funcionários e 803 leitos. Por mês, faz cerca de 4,4 mil internações, 3,4 mil cirurgias, atende 50 mil pacientes no pronto-socorro e realiza 69 mil exames no Centro de Diagnósticos. Por ano, a Maternidade faz 13 mil partos. Com unidades localizadas no Itaim, Morumbi e Anália Franco, o hospital objetiva oferecer infra-estrutura, conforto, tecnologia e dedicação para os seus pacientes, o que caracteriza o alto padrão de qualidade São Luiz.